#VisibleWikiWomen 2023

#BodyPlurality #CuerposPlurales #CorposPlurais #Imizimba: Celebrando a singularidade dos tamanhos e formas de nossos corpos e identidades online

Montagem com o logo da campanha #VisibleWikiWomen, com uma mulher fotógrafa, no centro de um círculo. Triângulos coloridos aparecem de fundo.

Nos últimos cinco anos, reunimos um coletivo de parceires e amigues de todo o mundo para disponibilizar imagens de mulheres, especialmente negras, pardas, indígenas, trans e pessoas não-binárias, na Wikipedia e na Internet em geral. Estamos orgulhosas e gratas pelas milhares de imagens que a campanha disponibilizou online até agora e todos os eventos, reflexões e intervenções que fizemos por meio da #VWW.

Percorremos um longo caminho, mas também sabemos que há muito mais a ser feito. Para esta 6ª edição da campanha #VisibleWikiWomen, nós e nosses parceires convidamos você a ocupar o espaço digital, criando, compartilhando e fazendo upload de imagens de licença aberta de mulheres marginalizadas e pessoas não-binárias para a Wikimedia Commons. Vamos combater a invisibilidade online criando uma memória feminista compartilhada e coletiva que celebra a pluralidade de nossos corpos e identidades.

Bem-vindes à #VisibleWikiWomen 2023! Participe durante todo o ano da 6ª edição da campanha.

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O problema

O conhecimento e as contribuições das mulheres para o mundo são invisibilizados de várias maneiras. Quando olhamos para a invisibilidade das mulheres online, a Wikipédia é um bom indicador para explicar por que essa é uma questão tão crítica. Menos de ¼ das biografias da Wikipédia representam mulheres. Muitas biografias de mulheres importantes e influentes não existem ou estão incompletas.

Na maioria das vezes, as biografias das mulheres não têm imagens. Estimamos que menos de 20% dos artigos da Wikipédia sobre mulheres importantes tenham fotos. Apenas 20% das imagens que retratam seres humanos na Wikimedia Commons representam mulheres (de acordo com https://humaniki.wmcloud.org).

Quando os rostos das mulheres desaparecem da Wikipédia, essa invisibilidade se espalha. Meio bilhão de pessoas leem a Wikipédia todos os meses, e ela está entre os 10 sites mais visitados do mundo. Em outras palavras, lacunas na Wikipédia têm um grande impacto na Internet em geral.

Um gráfico de colunas mostra a porcentagem de biografias de mulheres na Wikipédia (25%); ao lado dele, outro gráfico mostra a porcentagem de artigos sobre mulheres que possuem imagens (20%).

Essas lacunas de visibilidade na Wikipédia e na Internet em geral aumentam ainda mais quando as mulheres são negras, pardas, trans, deficientes, indígenas, não magras ou existem nas interseções dessas múltiplas opressões e vulnerabilidades. A representação visual da pluralidade de tamanhos de corpos e identidades de mulheres e pessoas não-binárias é gritante, e contribuir para fechar essas lacunas é o motivo pelo qual escolhemos o tema da campanha para este ano.

O tema deste ano

“A igreja diz: O corpo é um pecado. A ciência diz: O corpo é uma máquina. A publicidade diz: O corpo é um negócio. O corpo diz: Eu sou uma festa.” — Eduardo Galeano

“Conhecimento neutro não existe. A produção de conhecimento ou o que e como entendemos “realidade” e “verdade” é um processo extremamente político. O que é “realidade” ou “verdade”? Como conhecemos esta “realidade”? Existe apenas uma realidade ou existem muitas delas?” —Sylvia Tamale

O tema para a campanha de 2023 é #BodyPlurality #CuerposPlurales #CorposPlurais #Imizimba: Celebrando a singularidade dos tamanhos e formas de nossos corpos e identidades online.

A campanha deste ano é uma celebração das diversas possibilidades da condição de ser mulher, da feminilidade queer, de gêneros queer, e dos modos plurais de existir online e offline. Em um mundo moldado pela colonialidade, pelo capitalismo imperialista, pelas castas e demais estruturas de poder, a invisibilização de pessoas não-brancas tornou-se parte fundamental de nossas experiências. Parafraseando a autora e professora feminista ugandense Sylvia Tamale, aqueles corpos que não podem ser classificados dentro das categorias sociais “normalizadas” construídas pela colonialidade (os não-brancos, não-magros, não-heterossexuais, não-cis-gêneros, de pessoas com deficiência) — ou, como Elizabeth Reis habilmente descreve, os “corpos em dúvida” — pertencem a um lugar muito particular no mundo. Esse lugar é sempre às margens, não sendo vistos ou ouvidos.

A menos que sirvam a certos propósitos capitalistas que exijem a mercantilização de corpos não-brancos, ou alimentem narrativas estereotipadas sobre pobreza ou doença que estão sujeitas à hipervisibilidade, negros, pardos, mulheres e pessoas de gêneros divergentes permanecem invisíveis nos espaços online e físicos. Refletimos sobre a história da exploração racializada colonial e da desumanização dos corpos negros, trazendo a narrativa e a experiência de Sara Baartman, uma mulher indígena escravizada da África Austral. Entre 1810 e 1815, Sara foi exibida em toda a Europa Ocidental – objetificada através do olhar colonial por europeus que a viam como um espécime de objetificação racista e sexual, e não como humana. Também estamos cientes do fato de que esses sistemas de gênero coloniais impostos continuam a nos policiar, desumanizar e nos outrificar. A professora Tamale, em seu livro Decolonization and Afro-feminism, nos convida a desafiar a “colonialidade de sexo, gênero e sexualidade” ao justapor o tratamento dado à atleta campeã mundial sul-africana Caster Semenya pelos órgãos reguladores regionais e mundiais do atletismo. A atleta indiana Santhi Soundarajan passou por tratamento semelhante alguns anos antes. Suas experiências no mundo dos esportes foram marcadas pela violência racista, sexista, homofóbica e transfóbica em comparação com a forma como as mesmas instituições trataram Michael Phelps, o campeão olímpico de natação – um homem branco cisgênero heterossexual dos Estados Unidos. Os casos de Semenya e Soundarajan não são casos isolados, pois tanto a história dos esportes olímpicos quanto seus dias atuais estão cheios de narrativas de racismo institucionalizado e discriminação de gênero.

Essas dinâmicas de poder são reforçadas via tecnologias, geralmente desenvolvidas sobre o idealizado “corpo normal” (masculino, cisgênero, branco, sem deficiências, neurotípico, do Norte global), impondo dispositivos e narrativas de vigilância, controle e conformidade – reinscrevendo e perpetuando a marginalização.

Nós reconhecemos que existir online em toda a nossa bela pluralidade é resistir à hegemonia colonial e seus sistemas opressores de gênero, raça, sexo, sexualidade e noções de feminilidadeCelebramos todas as maneiras pelas quais nossos corpos têm a possibilidade de romper com o patriarcado, o racismo, a transfobia, o classismo, as castas e o colonialismo.

A campanha #VisibleWikiWomxn deste ano é:

  • Uma saudação à expansividade de nossos corpos – corpos que desafiam as categorias normalizadas do que significa ser humano e mulher.
  • Uma contribuição para as diversas obras centradas na questão de criar espaço para sermos vistas em um mundo que apaga, invisibiliza e viola quem é tido como diferente.
  • Um espaço feminista da internet que afirma nossas identidades plurais, tamanhos, formas e cicatrizes.
Colagem da VisibleWikiWomen 2023. Imagem feita por YoulendreeAppasamy, derivada de imagens de Santhi SoundarajanCaster SemenyaSylvia Tamale, e desenho de Sara Baartman, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons.

Nosso objetivo para 2023

Nosso objetivo para esta 6ª edição da #VisibleWikiWomen é levar 2.500 imagens de mulheres e pessoas não-binárias para a Wikimedia Commons, a grande biblioteca multimídia para os projetos da Wikimedia, incluindo as mais de 300 versões de idiomas da Wikipédia.

Mais uma vez, vamos nos concentrar em aumentar o número de imagens de mulheres negras, pardas e indígenas que estão sendo postadas na Wikipédia como parte da campanha #VisibleWikiWomxn.

Para alcançar esse objetivo, convidamos vocês – organizações de mulheres e feministas, instituições culturais e de memória, editore/a/xs da Wikipédia, grupos de usuários, comitês e qualquer pessoa que deseje dar às mulheres e pessoas não-binárias a visibilidade e o reconhecimento que merecem. Estamos empolgadas em colaborar novamente com amigues, aliades e co-conspiradores dos anos anteriores, assim como em receber mais parceires de todo o mundo.

Momentos-chave de 2023

A #VisibleWikiWomen agora é uma campanha anual, mas certas datas servem como momentos especiais para engajamento. Queremos destacar os seguintes marcos junto a nossas comunidades ao longo do ano:

  • Fevereiro: Mês da História Negra [EUA]
  • Março: Dia Internacional da Mulher #8M
  • Abril: Mês da História Dalit, Dia da Liberdade na África do Sul
  • 1º de maio: Dia dos trabalhadores, um momento para celebrar todas as mulheres em seus locais de trabalho
  • Junho: Mês do orgulho LGBTQIAP+
  • Julho: #DisabilityPrideMonth
  • 20 de julho a 20 de agosto: Copa do Mundo Feminina FIFA
  • 31 de agosto: Dia Internacional das Pessoas Afro-Descendentes
  • 5 de setembro: Dia Internacional da Mulher Indígena
  • 28 de setembro: Dia Internacional do Aborto Seguro
  • Outubro: Mês da História Negra [Reino Unido, Irlanda, Holanda]
  • 25 de novembro a 10 de dezembro:16 dias de ativismo contra a violência de gênero
  • E muito mais!

Como participar

Você pode participar da campanha #VisibleWikiWomen durante todo o ano, coletando e fazendo upload de imagens de qualidade em domínio público ou sob licença gratuita para a Wikimedia Commons na categoria VisibleWikiWomen. Essas imagens podem ser fotografias ou desenhos de mulheres, bem como imagens de seus trabalhos, com o devido consentimento.

  • Promovendo ou participando de eventos locais em suas comunidades, onde as fotos podem ser tiradas ou carregadas na plataforma
  • Liberando suas fotos existentes de mulheres e pessoas não-binárias sob licenças gratuitas
  • Criando ilustrações e desenhos
  • Promovendo e disseminando este projeto, divulgando-o e usando as hashtags #VisibleWikiWomen, #VisibleWikiWomxn, #WomenofColors, #BodyPlurality #CuerposPlurales #CorposPlurais #Imizimba no Facebook, Twitter e Instagram.
  • Coorganizando e realizando um evento online com a Whose Knowledge? para levar a campanha às suas comunidades locais
  • Criando um espaço feminista em seus eventos públicos, instalando uma cabine de fotos #VisibleWikiWomen.

E muito mais! Adoraremos saber se você tem mais ideias que façam sentido para suas comunidades.

Se precisar de suporte extra para participar da campanha, envie um e-mail para visiblewikiwomen[arroba]whoseknowledge[ponto]org

Como se envolver na campanha?

Conteúdo

  • Ajude a tornar nossa campanha multilíngue traduzindo nossa página Meta, kit de recursos e as páginas de campanha de nosso site para diferentes idiomas.
  • Faça listas de biografias de mulheres na Wikipédia sem imagens (por país, por ocupação, por século, por atividade) para aumentar a conscientização sobre a lacuna visual de gênero e criar desafios interessantes para os participantes. 
  • Escreva um novo artigo da Wikipédia inspirado no retrato de uma mulher “órfã” (uma imagem sem um artigo) e use essa imagem para ilustrá-la.

Compartilhe

  • Selecione e compartilhe: identifique as imagens que você adora, e aproveite, se quiser, para misturá-las com textos e outras artes. Compartilhe-as usando com as hashtags #VisibleWikiWomen e #WomenofColors.
  • Cobertura colaborativa: se você é jornalista, escreve em um blog, é podcaster ou só gosta de compartilhar suas ideias online, pode criar conteúdo sobre a campanha. Encontre tudo o que você precisa saber sobre a campanha no nosso Kit para Redes Sociais (pdf).

Apoie a campanha

  • Se você é uma organização feminista, cultural ou de memória, de mídia ou outra instituição parceira em potencial, torne-se parte da nossa rede de parcerias.
  • Se você é uma pessoa conectada a essas parcerias em potencial, apresente-os à campanha!
  • Se você conhece ou está conectado com potenciais apoiadores e financiadores, apresente a eles a #VisibleWikiWomen!
  • Se você quer se voluntariar para ajudar na campanha, nos envie uma mensagem para visiblewikiwomen[arroba]whoseknowledge[ponto]org. Sempre temos espaço para noves aliades!
  • Se você gostaria de oferecer apoio financeiro à campanha, clique no link abaixo:

Donate button

O que fizemos até agora

Em 2018, lançamos a edição piloto VisibleWikiWomen, seguida por outras quatro campanhas de sucesso em 2019, 2020, 2021 e 2022. Os destaques da campanha do ano passado incluem:

  • 2022 marcou a 5ª edição da campanha #VisibleWikiWomen. Lançada em 8 de março, sob o tema Esperança e Resiliência: Criando memória feminista online. Em 2022, a #VisibleWikiWomen contabilizou 1.194 imagens postadas na Wikimedia Commons, ilustrando páginas em 9 Wikipédias diferentes mais o Wikidata, por 123 participantes, 37 deles novos editores. Todas essas imagens juntas totalizam 53.096 visualizações de página.
  • Tendo percebido que a coordenação do programa #VisibleWikiWomen seria idealmente um cargo de tempo integral e não com limite de tempo, temos trabalhado para expandir a equipe e contratamos uma coordenadora do programa #VisibleWikiWomen, Sunshine Fionah Komusana, e uma o co-líder de comunicações, Youlendree Appasamy, que começaram a trabalhar conosco em junho e julho de 2022, respectivamente.
  • Como parte das comemorações do Mês da Mulher, co-organizamos a campanha regional ¡Alto, Mujeres trabajando!, em parceria com os comitês da Wikimedia na América Latina, com o objetivo de tornar as mulheres visíveis em profissões e funções historicamente dominadas por homens.
  • Fizemos uma série de podcasts de entrevistas em dois episódios em comemoração ao #PrideMonth e como parte da campanha #VisibleWikiWomen. Nessas entrevistas, participaram: Arya Jeipea sobre “nossa existência é a nossa verdade” e Letícia Carolina Nascimento em “nada sobre nós sem nós”.
  • No contexto das comemorações do Dia Internacional dos Afrodescendentes das Nações Unidas, em 31 de agosto de 2022, realizamos um editathon em parceria com o coletivo 500 Women Scientists, para celebrar as contribuições de mulheres e afrodescendentes não binários em STEM e para combater o apagamento de seu trabalho, vozes e histórias na Wikipédia, Wikidata e Wikimedia Commons.
  • Em setembro, continuamos a nos concentrar no tema sobre celebrar mulheres e pessoas queer em locais de trabalho que historicamente as excluíram. Em parceria com o Flickr e a Fundação Flickr, realizamos um foto-a-ton para celebrar as mulheres e pessoas não-binárias que trabalham em locais de trabalho historicamente dominados por homens cis, e a história de sua luta por direitos trabalhistas (licença maternidade, salários iguais, banheiros, legislação sobre assédio sexual, etc.).
  • Em setembro de 2022, trouxemos a campanha #VisibleWikiWomen presencialmente ao Forum on Internet Freedom in Africa (#FIFAfrica2022), em Lusaka, Zâmbia, para documentar a presença de defensoras e líderes dos direitos digitais das mulheres africanas na conferência.

Nossas parcerias

Recursos

Se você nunca fez upload de imagens para a Wikipédia ou Wikimedia Commons antes, não se preocupe, estamos aqui para ajudar! Criamos este kit de recursos #VisibleWikiWomen, no qual você encontrará instruções e dicas sobre como navegar no Wikiverso, especialmente como usar a Wikimedia Commons.

O recurso Como fazer upload de imagens para tornar as mulheres visíveis na Wikipédia e na Internet é particularmente útil, pois te guiará pelo processo de upload de imagens para esta campanha.

Outros recursos que podem ajudar são:

…e se precisar de inspiração, aqui estão algumas listas de artigos sobre mulheres que não têm imagens na Wikipédia.